Sunday, June 25, 2006

SOULução está no Mercado

nesta altura todos temos
mais
exames
e
trabalho
e
projectos
e
custa pensar nisso com calor...

para isso a SOULução está no Mercado!







Vem dar um mergulho à noite...

Monday, June 19, 2006

Bella Donna Maria

provider: Donna Maria
spot: Os Templários
time:
0030
dose: 80 mins

Fomos à descoberta de um bar em que a ordem é simples manter o espirito de música ao vivo! Nele há lugar cativo para Donna Maria, filha maior de um projecto que lá actua com reguçlaridade á 2ª-feira - XL Femme. Nos Templários, bem longe de Tomar bem escondido perto das principais artérias de Lisboa (Av.EUA), mostrou-se ao vivo a bella Donna Maria num concerto entre amigos, num palco em casa. O projecto de Donna Maria tem um registo fonográfico, um só chega para por o país de Marias e Josés ao rubro, pois este é sem dúvida alguma o melhor projecto português dos ultimos tempos!! E talvez esteja a ser tendencioso, mas não me recordo de ouvir música portuguesa tão enraizada na nossa música, com algo novo - traz novidade na recuperação da sonoridade lusa, no rico fado ao tradicional adufe, e na fusão com a música electrónica mais recente, citando o trip-hop como quartel general desse ataque. Mas focando apenas no concerto, lá estavam os teclados e a bateria, e a voz e o acordeão...e claro o baixo.

Não há nada como escutar algo de imediato estranho, em ter acordeão com sintetizadores e baixo, mas depois lembrou-me da vingança do tango pelas mãos de Gotan Project. Eles souberam recuperar a sonoridade do seu país, Argentina, e Donna Maria fazem o parelo necessario para que não seja o revivalismo, mas o renascer e remisturar da música lusa com toque actual. Ao ouvirmos o som produzida pela dupla Miguel A. Majer e Ricardo Santos apercebemo-nos de que estamos algures num universo em que o trip-hop domina mas não tem a casa habitual: vai buscar ao acordeão o sabor luso que se solta nas letras TODAS em português, que nos tocam mais fundo com a voz forte de Marisa, de apelido Pinto. Mariza?? Marisa Pinto??? Está descoberta a gémea perdida de Margarida Pinto??? ah e o nome...coincidência parece! Fora de revistas cor-de-rosa o ponto comum é a genial utilização da voz!! Trabalhos distintos já que Marisa têm uma força que não vem de certo do trip-hop mas doutras andanças, e nesse caminho encontrou algures o mesmo que Mariza, o fado.

Do "triun-Viriato" que parece ser merecedor da tradição de "...tataravôs moçárabes, celtas , poesia provençal embalada no sono em Portugal..." num acordeão e voz que desfilam essa clase em modernos sintetizadores e bateria (já de si electrónica também) e o baixo ecoando em cada passo Portugal e a sua herança: os temas vão de fados consagrados por Amália, aos novos de Miguel A. Majer - letrista também, ao clássico António Variações... Mas Donna Maria tem valor própio nas suas composições, na maioria poemas de Miguel A. Majer. Inevitavelmente temos a saudade a comandar os sentimentos...inevitavelmente. E falar das músicas do concerto é falar do cd, visto "Tudo é para sempre" é o registo apresentado sem ajudas dos Vitorinos, Paulos de Carvalho...

É impossivel deixar o brilho das músicas "Lado a lado" as colaboração de Vitorino que embora preciosa, não descura a voz de Marisa, ou a articulação dos samples e sintetizadores de Miguel e Ricardo. Ao vivo tira-se a prova dos nove! E que melhor que mostrar que baixo e acordeão lado a lado, bateria e sintetizadores frente a frente, mais a voz no centro, noves fora, 5 estrelas! O acordeão de tiradas rápidas, um baixo de uma calma aparente a seguir as pisadas de uns "sentitizados" sons de piano,de bateria e samples num e noutro... E a voz de Marisa cheia de garra além fado, mas que deixa saudades com cada nota. Há coisas que fisicamente são à primeira vista dificies de perceber: como é que Marisa tem tanta voz naquele corpo? E dos 11 temas interpretados na voz descalçada de Marisa, houve "improvistos" e variações suficientes entre o favorito "Marcha atrás", ao quaisi-funk lata "A luva" e, falando também de António Variações, ao introspectivo de "Estou além". Mas o melhor guarda-se para o fim, para o encore: voz e piano num sentimental e intenso e sensacional "Quase perfeito".

Um quase perfeito concerto...não sei o que faltou...quem sabe tu!?

Em tempos que toda a gente se lembra e grita bem alto Portugal (será pela bola??) confirma-se um valor maior da música em Portugal, firme-se o apoio e oiçam o que Donna Maria tem a dizer: "Tudo é para sempre" pois Portugal tem mais para ver que estádios vazios, e mais para ouvir que bandas de telenovelas...

ps: atenção pois parece que Donna Maria tem um tema a rodar numa qualquer produção portuguesa, mas sobre isso nada tenho a "dizerte".

Tuesday, June 06, 2006

jazz n' reggae

Trabalho é trabalho, cognac é cognac! Nada melhor que no fim de uma longa jornada de trabalho, um belo cognac...mesmo quando o trabalho não corre tão bem, musica para relaxar e curtir com amigos é cognac que sabe bem. E em balões bem cheios quer seja jazz, ou reggae, na Culturgest ou no Maxime.

Na primeira prova inspiração jazz, na segunda expiração reggae...

provider: Carlos Bica
spot: Culturgest
time:
2130
dose: 100 mins

Do sr. Carlos pouco se sabia. A casa do sr. Carlos é algures e tem agora Berlim numa das divisões, e divide a sua arte com um conjunto raro de artistas que convidou para participar na apresentaçaõ de Single. Single um album é o álbum editado em Outubro de 2005 pela bor-land que falhei ver a apresentação ao vivo até ao final desse mesmo ano. Foi o primeiro trabalho de sr. Carlos e o seu contrabaixo. Mas, como sabiamos que a formação tinha sax tenor, guitarra e dj, não podia ser o mesmo que no álbum...e não foi.

A casa do sr. Carlos é agora Berlim e divide a divisão principal da casa, o palco, com diferentes artistas para criar uma identidade única. Pois se do Sr. Carlos pouco se sabia, dos músicos que o acompanhavam ainda menos... surprendente é a identidade difusa em redor do contrabaixo: um sax com uma doença creativa-pulmonar crónica, uma guitarra de classic jazz a rock desde late 60's, a um dj percussionista.

O melhor do concerto não foi o sax, quasi-irritante na constante presença aguda e mesmo cómica dos metais.Nunca vi tal sax, em qualquer circunstância pois Matthias não só soprava como quasi-cuspia-tossia e sibilava para o interior do sax,com ainda tinha a agilidade de tapá-lo com as pernas, viajando com o sax entre as pernas também. Um autêntico vale tudo para criar sons diferentes, exalados de forma exausta e creativa. Não foi a guitarra raramente não distorcida em acordes e pedais yahyah, wahwah,wooooowuuuuusiananablabal. Ele falava uma lingua mais estranha que o finlandês de origem, mas soa melhor que a língua nórdica. Não foi o a mesa e os pratos de illvibe. Aplaude-se a substituição da bateria pelo instrumento de Illvibe. Sem que seja imediatamente perceptível, Illvibe percussiona nos pratos e controla na mesa o volume das suas percussões, e corte. E que corte! E o seu solo levou alguns, poucas cabeças com hiph-hop na cabeça, soltam um "Aaahh yeeeeeah!" e acima disso mostra que, as fronteiras do jazz são o universo musical.

Era em aparente segundo plano que estava o contrabaixo do Sr. Carlos. Era Kalle Kalima que puxava o diálogo ora a Matthias Schubert, no sax, ora a illvibe, o dj. E alternadamente se exerciam conversas paralelas entre o sax e os partos, ora entre pratos e guitarra. O interessante era ver que dois a dois acompanhavam em, esse sim, segundo plano o contrabaixo numa viagem incessante ciclíca mas não em círculo. A viagem era uma estrela de 3 pontas em que nenhuma se soltava demasiado, num desequilibrio perfeito nas mãos de Sr. Carlos e nas cordas do seu Contrabaixo. E que o hip-hop e o jazz são reinos vizinhos e com política de boa vizinhança, e esforço comum de trazer novidade e criar musica nova.


rounda dois

provider: Mercado Negro
spot: Maxime
time:
0100
dose: 90 mins


Messias e apóstolos, quer dizer amigos, espalham a mensagem de "Aquecimento global". O que aconteceu no Maxime foi mesmo um aquecimento para a longa e bemvinda jornada dos Mercado Negro aos palcos para mostrarem o seu novo trabalho : "Aquecimento global" já no circuito comercial.

Quem no decadente Maxime,e isto não é pejorativo pois tem todo o brilho de uma estrela que se acende em Lisboa, esteve dia 03 de Junho pôde testmunhar que Portugal vai aquecer. Messias foi espalhando as boas vibrações do reggae de um "Mercado Negro" mais interventivo nas letras e na força da composição. Esta conta com 7 músicos combinados de várias nacionalidades com gosto pela música jamaicana, muitos dos quais enraizados em África e isso nota-se no som.

Dos novos temas, ficam boas impressões das boas vibrações que os "Mercado Negro" nos vendem ao vivo. Não se trata de uma venda mas sim, como qualquer mercado negro que se preze, uma troca. Todos no Maxime vibraram com os solos de Revel Brix, as batidas da precurssão ou a voz de Milton Gulli dos Cool Hipnoise que tem uma das participações especiais no álbum.

Só posso aconselhar a compra e audição cuidada deste novo trabalho dos "Mercado Negro", pois ao vivo convencem pela energia que têm e são uma boa mostra do reggae em português.

Tuesday, May 23, 2006

Mercado vende a alma

provider: Souldivers + dj Soulid
spot: Clube Mercado
time: 2330
dose: 70 mins

Houve Soul no Mercado para dar e vender. Foi um espectáculo contagiante que ninguém ficou indeferente, num crescendo de emoções. Desde Ursula Rucker, a Erykah Badu tudo a bater certo com os corações...e as ancas com Outkast e Kool & the Gang. Tudo de bom vale nas noites bmusic. A anteceder o concerto um pequeno set das tendências habituais no bmusic: A bit of hip-hop n funk. A touch of soul... And all that jazz.

Vai haver mais mergulhos neste Soul imenso...estejam atentos ao bmusic.

Saturday, May 06, 2006

Tropicalismo português

provider: Tom Zé
spot: Auditório da Culturgest
time: 2130
dose: 120 mins


Tom Zé é daqueles brasileiros longe do universo brasileiro massifivamente difundido por ondas de rádio e via fibra óptica nas televisões e algumas rádios.

De Tom Zé pouco sabia, sem ser o título do seu anterior trabalho que já não me recordava. É daquelas oportunidades em que confiamos em duas coisas, no bom gosto de amigos e no controlo de qualidade de uma entidade fantástica.

Apesar do cansaço acumulado de uma semana pesada, é impossível ficar indiferente a Tom Zé. Ele tem algo de fantástico que une gerações e pessoas de vários backgrounds - consciência. Daquela consciência vicentina, que nos faz rir da ignorância sobre um modo de estar, um modo de viver, um modo de ver o mundo. Tom Zé sobreviveu à ditadura no Brasil (este trecho de história já apareceu em algumas novelas) e explicou como a forma das canções afectavam o estado de poder instituído referindo-se a outros cantautores magníficos como Gilberto Gil ou Caetano Veloso. Ele pertence á mesma geração mas a um movimento diferente, o Tropicalismo!

Da Tropicália ficou-se a saber que tem tataravôs moçárabes, celtas , poesia provençal embalada no sono em Portugal, que a envia concentrada numa cápsula que explodiu com músicas urbano-sertanejas com um toque erudito na composição.

Tom Zé foi prestando depoimentos, ensinando e justificando cada tema, enquadrando-o num contexto social e histórico de reconhecimento da influência portuguesa no nordeste brasileiro. A semente moçárabe que foi alimentado por carne seca, farinha de mandioca e ritmo surge ainda com Sérgio Caetano e Jarbas Mariz em 3 guitarras a liderar o som e três vozes a compartilharem letras simples e cheias de significado deambulante como em "Dedo" se Tom Zé não fosse um excelente orador e cuidado professor demoraria mais tempo a alcançar o significado real do conhecimento que se transmite Simplesmente fantástica a sensibilidade de Tom Zé, as letras nas palavras duras e conscientes de crítica acesa com um raro sentido de humor numa sonoridade ousada.

Tom Zé deu o seu concerto-palestra com mostras da origem portuguesa e dos génios narrativo-poéticos com o clímax em "O crime do Padre Amaro". O timing perfeito com o status quo de Eça de Queiroz entre nós. Mostrou como a cultura portuguesa criou e cimentou-se com o melhor da cultura de várias etnias, raças e as suas formas de expressão. E que melhor sitio para rebentar essa fusão que não no Brasil onde Portugal criou cabloca??

Um concerto numa sala cheia que não se calou ao fim de 5 (sim CINCO) minutos de palmas pedindo um segundo encore...esse já não surgiu depois de duas horas de um serão bem passado com histórias do sertão.

Marley family tree

provider: Damian Marley a.k.a. Junior Gong
spot: Coliseu de Lisboa
time: 2230
dose: 120 mins

Damian é o mais novo dos irmãos Marley (sim de Bob Marley), o caçula conhecido como Junior Gong. E tal pai tal filho. Damian começou cedo no reggae e agora está à escala mundial. Essa escalada não se deve ao nome que carrega, mas ao seu trabalho em que o seu irmão Stephen ajuda na escrita, produção e até canta...

Damian veio a Lisboa com o álbum "Welcome to jamrock" fresco como pão acabadinho de sair: muito quente!! Está nos tops mundiais e fez uma paragem em Lisboa com um Coliseu cheio! Entenda-se cheio até cima porque até todos os camarotes estavam cheios...

A banda "The Empire" apresenta-se em palco em número diminuto, comparando com a "Far East Band" de Gentelman e no fim do concerto nota-se que a sonoridade não é a mesma. O som não é tão orgânico nem tão presente, mas nada disso impede que o concerto tenha uma energia própria e muito forte. Prova disso é o bandeira que andou durante todo o concerto com uma bandeira de 2mx1m da Etiópia no ar numa sonoridade é mais sintetizada e funde hip-hop, r&b e o dance-hall com as directrizes do reggae principalmente nas líricas e na voz de Damian. "Welcome to jamrock" é mesmo isso, e daí o sucesso que o dinamic-duo dos irmãos Marley conseguiram. O som é tanto espiritual como em "There for you" como mais r&b em "Beautiful" ou a bater no hip-hop na colabor com Black Thought ou Nas. O dance hall está bem presente no contagiante "Hey girl" e no tema "All night".


A energia de Damian no palco foi acesa por uma multidão ansiosa e energética que cantava as músicas como quem respirava. A boa vibração era muita no coliseu, já há muito tempo não assistia a um concerto no coliseu com a sala tão cheia... Cheia de gente que também foi ver actuar os genes do pai Bob Marley, saiu de lá satisfeito com uma rapsódia de temas de Bob só para quem ouve mais do que o "Legend", o conhecido best-off de Bob Marley & The Wailers... e o coliseu só voltou ao silencio muito depois do esperado encore que as vozes não se calaram enquanto o chão também tremia até Damian voltar com "Road to zion", um dos singles que agrada a rastafarians e hiphopers como o duo Marley gosta e sabe fazer, só faltava Nas a rimar as suas linhas...

Foi daqueles concertos que se vai, sente-se a música á volta a contagiar todos os presentes, todos os que lá estavam: fosse pela moda, pelo nome, pelo reggae, fosse pelo que fosse ninguém sai indiferente ao som e ás letras de Damian que destaco "There for you" e "Babies".

one love


Falta apenas referir que alguma mente brilhante, daquelas que não conseguimos olhar de frente, activou um extintor no meio da plateia, cá atrás perto da cabine de som...nada de grave sem ser a onda de fuga e depois uma espaço enorme para se poder dançar de nariz tapado até voltar o cheiro do reggae...

Sunday, March 26, 2006

Good vibes @ Maxime

provider: Melo D & Good Vibes Band
spot: Maxime
time: 0200
dose: 2 partes de 45 mins

Melo D apresentou-se no Maxime ao que consta pela segunda vez. O mítico cabaret de Lisboa, que Manuel João Vieira dos Ena Pá 2000 está a colaborar na recuperação e persiste com o ambiente de luz vermelha decadente, e isto não é pejorativo, tem recebido com regularidade projectos portugueses.


Melo D é um nome constante na cena musical portuguesa já com um longo caminho, do vocal dos mais que conhecidos Cool Hipnoise, á edição de um trabalho a solo "Chega de saudade" dado seguimento com "Chega de saudade". E o concerto foi por tempos uma viagem a quase duas décadas ao underground do hip-hop tuga com os Family com "1,2 Hip-Hop está no ar".

A carreira de Melo D não mostra ao vivo o que é um bom vinho, daqueles que ficam bons com o tempo. Não nada disso! Melo D apresenta-se com a Good Vibes band, e em conjunto tentam sim apurar o afro-brazilian-portuguese sound...e estão cada vez melhores. Desta feita ao leque de Chef's juntou-se Dj Kwan no corte e um percussionista. Isto além de guitarra, teclas e bateria. Apresentando essencialmente temas do seu ultimo álbum "Chega de saudade", Melo D e a Good Vibes Band foram espalhando vibrações positivas na decadência da sala vermelha do Maxime não deixando ninguém indiferente na sala. Não eram muitos mas o contágio verificou-se ao intervalo com Melo D a marcar pontos sem nunca deixar de passar criticas a la carte ao status quo do tanto quanto se passa na música em Portugal.

Sinal menos na hora de inicio muito tarde. Mas os compromissos chovem no mesmo dia e tinham estado horas antes em Vila Franca de Xira (ou perto).

Ursula rocks @ Lux

provider: Ursula Rucker
spot: LUX
time: 2330
dose: 120 mins

Ursula Rucker pela n-ésima vez em Portugal, mas desta vez comigo presente na audiência. Veio apresentar o seu ultimo trabalho, "Ma'at mama" editado em Fevereiro pela !K7, e os passados "Supa Sista", "Silver or Lead" de 2001 e 2003 respectivamente.

Habituada e agradada com as suas passagens por Portugal, esta pelo Lux contou com um palco com um triângulo composto por uma baterista, um guitarrista e Ursula. Do vértice da guitarra tínhamos uma sonoridade eléctrica com distorções e aplicativos que lembraram teclas. Do vértice da bateria contava-se compassos fortes e com uma maquinaria de sampling e loops. No vértice da frente Ursula Rucker debitava dbs de poesia numa voz limpa e clara nas palavras.

Viu quem foi um - a disco do lux esteve lotada - um espectáculo belo de palavras encadeadas em redor de amor, política, educação. Ursula preocupa-se em transmitir a feminilidade e a sua consciência social nas letras que escreve, e nas composições que apresentou, toda a sonoridade acompanhou e elevou o ambiente para o estado tal de compreensão da indignação contra o status quo de tanto o que está menos bem no mundo. E como K-OS ou outros artistas norte-americanos como N.E.R.D, não esquece a política externa de Bush.

A sonoridade essa vai desde a calma aparente característica de Nina Simone que é aliás uma das influencias denunciadas de Ursula, à raiva mesurada em rifts e bateria fortes como as de Rage Against The Machine de Tom Morello e Brad Wilk, ainda que num formato menos arrojado. A intenção é mesmo envolver as palavras nos sentimentos que transmitem, e embrulhar a audiência com a mesma vontade.

Foi um grande concerto, daqueles em que simplesmente se vai ouvir! Sim porque na generalidade dizemos que vamos ver um concerto, mas nesse dia 16/03/06 foi simplesmente sentar-me de costas para o palco no "1º piso" da disco, olhar para o rio e ponte Vasco da Gama, e ouvir as palavras e musicas que Ursula fez questão de rockar no sistema de som do Lux o corpo e mente de todos os presentes.

E quem foi presenteado com 4 encores...

Saturday, March 11, 2006

"Allow my self to introduce my self"

"Allow my self to introduce my self" chamo-me João Pina.

A música sempre esteve presente ao longo destes 23 anos de vida. Depois de espasmos e convulsões, revelou-se um parto natural, um movimento de maturação e aprendizagem da cultura musical: a rádio, depois a tv, novamente a rádio...o mainstream, o underground, as majors e as independentes... as discotecas e os clubes nocturnos, as saídas nocturnas, o clubbing ou simplesmente apenas "chillar"...

Tenho um gosto musical que nasceu como a banda sonora em casa todos os dias de manhã á noite, cresceu fora do circuito normal, na periferia de Lisboa Ainda há rádios que educam os ouvidos, e muito do pouco club culture que se vive em Lisboa depois de resistir ás lavagens cerebrais das rádios e espaços nocturnos generalistas.

A idade é apenas um dado estatístico, que não reflecte a passagem e o conhecimento adquiridos ao longo de uma década de procura e intercâmbio musical: o bmusic é uma visão caleidoscópica da música com cores pintadas com a paleta onde os sons graves brilham mais alto: o neo-soul, o funk, o hip-hop e r&b sem esquecer as raízes no jazz. Não é nos nomes, nem nos discos de ouro ou platina, não é na generalidade das rádios e tv's, não é por ser electrónica, ou orgânica ou acústica. É na fusão e na diversidade que vejo o melhor da música, na mensagem e na energia que transmitem.

Só se sabe do sabor da música quando se ouve, não se fia no ouvi dizer ou no li em qualquer lado, ou está no top ten mundial, nacional ou simplesmente porque está na área...Isso é apenas um ponto de partida para o controlo de qualidade e a distinção é fácil: se for boa passa, se não, não passa.

A voz fala de neo-soul, hip-hop, funk, r&b com um toque de jazz.

A mesma voz, sussurra uma jukebox que reune musicas por aí, aqui e acoli, onde reside o outro lado da mesma força.

bmusic é o universo!...

No principio era o verbo...

"no príncipio era o verbo, a palavra, e depois a rima..." e assim em 2004 se iniciou o projecto bmusic. Desde então a plataforma da radio permitia ter uma ligação constante pela net, onde criou-se o link para redireccionar á pagina própria do programa dentro da, na altura, RIIST - Rádio Interna do IST.

Desde de dia 6 de Março que a RIIST extinguiu-se e deu á luz a Rádio ZERO , um projecto com os mesmos nomes, a mesma força mas numa nova dimensão. Visitem o site que cada dia estará mais completo. E entretanto o bmusic tem aqui o seu espaço, testando o poder de um blog.